segunda-feira, 7 de março de 2011

Finito


O vermelho incendiante daquele fim de tarde era palco para o voo de sacos plásticos que, volta e meia, eram rodopiados por redemoinhos de poeira fina. Mais uma cidade deixada para trás, ou mesmo algo que um dia era semelhante à uma cidade. Ruínas e velhas construções eram deixadas para trás, prédios abaixo eram deixados para trás, ruelas e estradas quase totalmente cobertas pela terra e destroços eram deixadas para trás. Restos de uma civilização que se auto julgava evoluída eram deixados para trás, lágrimas e sorrisos, dores e arrependimentos eram deixados para trás. A frente apenas o inquieto e sufocante pensamento de que poderia ter sido diferente. Uma saudade de quem não tem mais nada para sentir falta.

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